BLOGGER TEMPLATES - TWITTER BACKGROUNDS »

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Quarteto de dois

Os olhos enxergam
As águas andarem
As areias voarem
Os ventos soprarem

E os ventos sopram
Longe de você
Levando a areia
Que os olhos enxergam

E os olhos desviam
Para perto de ti
Nos seus olhos
Cheíssimos de águas

Mas as águas e areias
Descansam lá embaixo
Longe de nossos olhos
Distante do vento
Perto de nós dois

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Flor da Pele

Como se uma explosão
e de tantos sentimentos
ficamos tão atordoados que
não soubemos até hoje como chamá-la
senão de flor.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Poemetos

Juntos Perdidos

Se acharam
Se juntaram
Se perderam
Se amaram.

------------------------------------------------------------

Vento

Dizia o vento morto
Parado
Esquentando
Murmurando

Morria o dito vento
Sumia

------------------------------------------------------------

Coruja

O poema dentro do livro dormia
O coração dentro do beija-flor dormia
O inseto dentro da flor dormia

A coruja olhava
Olhava eles dormirem
Parada, observava
E cantava
Ninguém sabia
Mas ela estava lá
Olhando, cantando, observando.

Beleza

Clichê: "Ela cresce nos olhos de quem vê. É relativa."

Quanto mais conhece uma pessoa, mais bonita [ou, será possível, mais feia?] ela se torna. Porque você tem medo. Medo que ela acabe, e medo da certeza disso.

A Beleza é o quanto você teme que ela desapareça.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Livros e livros

Amo livros, de verdade. Todo mundo deveria ler livros, por diversos motivos. Não vou falar que é porque leva a um lugar mágico ou qualquer clichê do gênero, é muito mais por dar uma criatividade imensa.

Fico abismado com a quantidade de pessoas que nunca leram nada de interessante, nada mesmo. Não quero difamar best sellers, alguns são até bons, afinal, Anansi Boys é um best seller (mas esse título foi alcançado por mérito do autor, e não por aquela fórmula típica), mas vai, não aguento ver gente que só leu romances policiais idiotas do Dan Brown, ou aquela coisa repugnante chamada de Crepúsculo (não ouso ler ou saber da história, só porque vi o que fizeram com a lenda dos vampiros).

Não peço que todo ser vivo vá ler Dostoiévski, ou Iracema (apesar de sermos obrigados a ler esse último), mas há livros que não requerem esforço mental tamanho para ler e são de qualidade. Acho que se lessem mais o mundo não estaria este trapo que está hoje.


De qualquer jeito, já perdi a linha de pensamento. Meu Deus, como odeio pessoas desse tipo. Voltando ao assunto de como adoro livros. Muitas vezes, quando leio uma história, por maior que seja, fico pensando o que vem depois, naquele mundo em que o autor se esforçou para criar, cheio de seus personagens e tramas, afinal, é difícil ver uma história chegar ao fim real sem que todo o seu mundo tenha um fim real.

Sei lá. Já li incontáveis coisas, e isso sempre me faz pensar, quando fecho o livro, tiro o seu marca página e o guardo em seu devido lugar. Mas sempre tenho aquele sentimento receoso quando a história é muito boa, sempre penso que ela nunca deveria terminar.

No fim, livros são letras e palavras, não mundos e pessoas. Eles criam a ilusão de que aquilo realmente existiu, ou de que tudo aconteceu daquele jeito. Dependendo do livro até pode ser que aconteceu daquele jeito. E quem lê, é uma pessoa mais interessante de se manter conversa e criar amizade.

Ah, e mais uma coisa. Livros de auto-ajuda não são literatura. Fica a dica.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A brisa do interior

Não sei se alguém já sentiu uma brisa vinda do interior em uma cidade grande, aquele vento leve e carregado de umidade com o cheiro suave da campina. Eu vivo sentindo isso, em momentos totalmente aleatórios.


O engraçado de tudo isso é que esse mesmo vento é nostálgico e calmo, me provocando um paradoxo enorme. Eu moro em uma cidade enorme, cheia de caos, dia e noite. É estranho e incrível isso, sentir tanta paz e tantas memórias velhas, a muito tempo soterradas, invadirem minha mente tão subitamente, em uma cidade coberta pela modernidade, onde não há mais lugares para os antigos costumes, onde o barulho é quase incessante.

Mas esse ar me leva ao passado, quando eu ia para o sítio todo o final de semana, e sempre ficava a brincar até escurecer, depois eu voltava para a casa e comia com a família e meu avô. Aaah, e as histórias contadas pelo velho? Eram tantas e tão mágicas, os jesuítas no Brasil colonial e o papagaio, os bandeirantes e o tamanduá bandeira, a velha história do macaco que se prendia no boneco de piche.

Às vezes quero voltar para aquele tempo, quando eu acordava cedo e com o nariz entupido, morrendo de frio, e esperava na sala as pessoas despertarem, a neblina matinal passar, só para tomar o café da manhã e poder sair e brincar de novo. Mas só às vezes.

Review: Smokes and Mirrors

At first, I was pretty bored about this Sunday thing. Well, by starting this blog, many ideas poped out like magic. And as they appeared, they vanished as well. But one thing kept me in the random thoughts, a book, that I had in mind every since I read it, about 8 months ago.

Well, I was astonished by the author powers of making so many mistery in such short histories, and every since I got to finish it I couldn't stop buying his books.

The book is Smokes and Mirrors by Neil Gaiman. I could say that it was pretty pleasent reading it, but it wouldn't be enough, I had to tell someone about it, about the author, about how amazed I was and how it grabbed my attention so much that I would read it in anywhere. And I mean it.

So my quest began, first I tried to get my brother to read it, since he was the first one who showed me a book from NG (American Gods), but he was so focused in his university affairs that he simply said he couldn't. Then, I moved to my friends. First I said to Renan, well he ignored me completly first, and then said he would read it if I borrowed it to him, but my memory is weak and I keep forgeting to do it. So I told to a friend in the US, Vanna and she bought Anansi Boys and loved it, but couldn't find Smokes and Mirrors.

Well I keep trying to make someone read it but my efforts are an EPIC FAIL. But now I have a blog, so I can just decribe it in here and force my friends to read it. ;^D

The preface is really funny, not boring at all, and if you don't read it you will loose one short story that is hidden within it. The lenguage that NG uses on his books is simple, it isn't like many other books that had noums that I would have to search on the dictionary, so I could read it acctually read it (since I'm brazillian, I lack of such assortment of vocabulary). Each single story gives you that feeling that you could accutually read more of it, but it never gives you the feeling that it isn't over (something really amazing, if you count how many other writters can't achieve it so often).

Some of the works in the book are cleary based on other authors, because many of then are requests from others writters, publishers, and many other people. Others you have to read twice to get, because it is so subjected that you feel completly lost at once. I have found some great poems (that are stories too) that made me want to sing then, or just make a poem based on them.

It is true when Stephen King said that Neil Gaiman is a treasure chest, and a big example of it is this book, Smokes and Mirros, in which you can find a great amount of stories in many different styles, from mistery and horror, to fables and sci-fi.

The book is cheap (I love pocket books), here in Brazil it didn't cost as much as 15 reais. So I really recomend it to anyone who is intrested in reading. (I don't trust translators so I bought in english)

Keep that in mind.

Antigas paixões esquecidas

E lá estava eu, domingo, carnaval, calor, trancafiado em casa porque o sistema de transportes em São Paulo é tão deficitário que não funciona em domingo de feriado. Para não morrer de tédio peguei o laptop do meu irmão, abri o windows media player e pesquisei uma banda que amo de todo o coração e que fazia um tempo que não ouvia: Pink Floyd.

Para meu espanto e surpresa, o primeiro album que me aparece é da Orquestra Filarmonica de Londres. Ok. Parei. Vi que todas as músicas tinham nomes de outras músicas da banda que procurei. Como poucas pessoas de meu circulo de confiânça sabem, sou um grande apreciador de música orquestrada, e pensei que não fazia mal ouvir as versões orquestradas das músicas de uma das minhas bandas favoritas. Afinal, essa orquestra é renomada mundialmente, e conhecida por suas adaptações das melhores canções do Led Zeppelin.

Ok, na hora de escolher por onde começar me deparei com um grande dilema, a primeira música é Time, uma das músicas mais populares do grupo de rock progressivo, mas eu não estava disposto a esperar pelos 60 segundos de tic-tac, não naquele calor (apesar de nem ter tanto assim nessa versão, como descobri posteriormente), eu queria algo de imediato. Então, para não me torturar mais, botei no aleatório e cliquei no play.

A primeira que me veio foi Nobody Home, umas das que não ouvia a MUITO tempo (por eu não ser tão fã do The Wall). Continuando, começou com os violinos, e uns cellos pouco percepitíveis de fundo, que foram aumentando, e logo vieram as flautas e harpas, até que os tambores e pratos rugiram suavemente, entrou em um curto refrão, com todos esses intrumentos juntos e é claro alguns outros tantos, magnífico. Ae o som parou de súbito e aparece o violino, cantando na melodia do vocalista, acompanhado de uma harpa e tubas, suave. E logo que o som foi aumentando apareceram os outros instrumentos e irromperam no mesmo início do solo.


Não continuarei a descrever essa música, ela tem que ser ouvida, e entre todas que ouvi desse cd digo com toda a certeza que é a melhor, que gera aquele sentimento de nostalgia pura, e uma certa melancolia, melhor que a própria música orginal (é claro que você tem que saber um pouco da letra pra ter tal efeito, mas a melodia por si só é uma maravilha).

As outras músicas também foram ótimas, mas Nobody Home é a obra desse albúm, indubitavelmente.

Recomendo que qualquer fã de música clássica e/ou de Pink Floyd ouçam Us and Them: Symphonic Pink Floyd.

E assim reavivi duas paixões que a muito tempo não praticava com tanto prazer.